Edith Stein - As Estruturas da Pessoa Humana - Parte I
>> quinta-feira, 15 de maio de 2014 –
Filo Contemporânea
Edith Stein, busca nesta obra
analisar a estrutura da pessoa humana com uma perspectiva que seja mais
adequada ao mundo contemporâneo e encontra uma definição muito profunda de
pessoa humana, como sendo corpo, alma e espírito, e a faz através da distinção
entre as diversas posturas antropológicas, assim penso ser de grande contributo
seja sobretudo trazer para a atualidade uma visão aristotélica e tomista, porém
através de um novo prisma, que ´aquele fenomenolígico.
Ainda na linha de investigação
sobre o ser humano, buscando uma visão antropológica que seja adequada para a
educação da pessoa humana, Edith Stein, depois de propor uma antropologia
filosófica que considere todos os aspectos essenciais do ser humano, sem
prescindir do dado fundamental de que este possui um espírito. Propõe que o
método escolhido para tal antropologia seja aquele fenomenológico, isto é, que
parte das coisas em si mesmas, como foi dito no resumo anterior.
Consideremos
que os problemas desde sempre levantados pela filosofia, no que se refere a
concepção do ser humano, levemos em consideração por exemplo De anima de Aristóteles e o respectivo
comentário de S. Tomás de Aquino, são levantados com atualidade na santa
carmelita, porque de certa forma, o tema da pessoa humana e suas
características constituivas são sempre relevantes em qualquer concepção
filosófica. Uma justa e adequada concepção do ser humano aparece entao, não
como um ponto periférico da reflexão filosófica, mas como uma questão central.
A partir de então, a santa doutora
apresenta o ser humano partindo do fato que este possui um corpo material, mas
que é também ser vivente, animado e espiritual, o que se resume com o termo
“microcosmo”. É a partir dessa consideração que afirma que a alma humana não
pode ser analisada meramente de uma “cadeira”, ou seja, é necessário
contemplá-la e considerar sua interioridade.
O ser humano aparece, então, para
Edith Stein como uma pessoa espiritual, ou seja, que possui uma interioridade e
capacidade de interação com a alteridade, constituindo uma posiçao social, sem
deixar de manter sua própria individualidade como ser histórico, comunitário e
cultural. Isso impilica que o ser humano é capaz de agir, e esse agir contitui
uma história, um destino vivido na medida em que se relaciona com um contexto,
através do qual interage e desenvolve condicionando-se reciprocamente.
É então a partir disso que o ser
humano experimenta a existência, pois nesse confrontar-se com o outro, encontra
não apenas a própria existência como também a humanidade enquanto tal, como
também se depara com sua própria interioridade, assim se percebe outro aspecto
fundamental do ser humano, a abertura, seja ao mundo exterior como também ao
interior.
A partir de tal abertura, uma
análise profunda e adequada do ser humano deve se deparar que ele é capaz
também de perceber e estabelecer relação com o que é para além de si mesmo, ou
seja, o transcendente. Sendo capaz não apenas de perceber tal existência como
também sua radical dependência. Então a pergunta sobre quem é este Ser
Transcendente, pertence também ao homem e estabelecer o meio pelo qual se pode
conhecer naturalmente a Deus, é também dever da filosofia, e nessa perspectiva
é que a antropologia e a teoria do conhecimento se encontram, seja para
estabelecer e conhecer os meios, seja também para conduzir e definir os limites
do conhecimento natural.