Aristóteles - A Metafísica (cap. 4-6)

(Resumo)
         A partir da afirmação de que a Sabedoria (filosofia) é a ciência das primeiras causas e que por este motivo deve-se indagar sobre a natureza dessas causas e sobre quais princípios ela é constituída, nos capítulos 4, 5 e 6 do livro I da sua Metafísica, Aristóteles continua sua análise sobre a doutrina dos filósofos pré-socráticos até chegar em Platão.

        Ele observa que os filósofos naturalistas chegaram ao conhecimento da causa material, sob vários aspectos, porém todos eles, além de contraditórios entre si, pois divergem quanto ao elemento primeiro, são também insuficientes para explicar a origem das realidades imateriais, além de não explicar uma série de características concernentes ao ente, tais como a geração e corrupção, finalidade da geração, como as causas se relacionam entre si etc.

         Nota-se que Aristóteles induz o seu leitor a intuir a necessidade de estudar a essência para explicar os primeiros princípios. Continuando a discorrer sobre os filósofos pré-socráticos e até Hesíodo, o filósofo extrai a partir deles também o conceito de causa formal, contudo, levantando questões contraditórias em tais teorias demonstra ainda a necessidade da existência de duas outras causas: eficiente e final.

        Fazendo referência aos pitagóricos demonstra como, para eles, os números são as causas materiais e também a origem do movimento (causa eficiente), porém tais teorias ainda permanecem insuficientes e a própria Sabedoria impulsiona os filósofos a seguir adiante na investigação. Nota-se, aqui, já uma referência a um dos atributos dos transcendentais (atração), que será exposto nos livros posteriores.

         Insatisfeito com o estudo das causas para explicar as causas primeiras, objeto de estudo da Sabedoria (filosofia), o filósofo pretende chegar propriamente à análise da essência, e quando analisa os pitagóricos afirma que ainda que de modo vago e confuso, eles começaram a falar dela como uma espécie de constituição imanente daquilo que são os verdadeiros princípios das coisas (os números).

           Parece claro que Aristóteles quer introduzir propriamente a sua Metafísica, pois demonstrando a insuficiência das causas quer chegar à ciência do ser em quanto ser, à análise da substância em si mesma e de seus predicamentos.
       No sexto capítulo, seguindo fielmente seu método indutivo, Aristóteles chega finalmente em Platão, afirmando que ele aceitou a doutrina dos predecessores no que se refere as causas, afirmando que as Ideias são as causas da realidades sensíveis, tendo porém o mérito de ir em busca dos Universais, aos quais chamou Idéias, afirma ainda que para Platão as coisas sensíveis eram denominadas de acordo com estas Idéias em virtude de uma certa relação com elas, introduzindo, portanto o conceito de participação, no entanto sem explicar o que realmente seja participação. Pois para Aristóteles aquilo que Platão chama de participação os pitagóricos chamavam de imitação.

       Para Aristóteles, Platão teve também a preocupação de procurar a origem dessas ideias (díade grande-pequeno e o Uno), porém propõe um passo adiante, afirmando que Platão, na verdade, fundamentalmente se serviu também da causalidade ainda que de um modo mais elaborado.

       Para o filósofo, portanto a Sabedoria (filosofia) que é a ciência das primeiras causas e por este motivo deve-se indagar sobre a natureza das causas, introduzindo assim a importância de estudar a essência.

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