II. 5. O Hedonismo
>> terça-feira, 5 de fevereiro de 2013 –
FILOSOFIA
Aqui
veremos apenas brevemente a três grandes teorias de felicidade do helenismo: o
epicurismo, o estoicismo e o ceticismo. Trataremos apenas das suas respecitivas
concepções a respeito do bem humano.
Para tanto se faz necessário conhecer o contexto da filosofia helenista: A
expansão do poder macedônico estagnou a independência política e a prosperidade
da cidades gregas. Os nobres fins da atividade política cediam espaço aos
pequenos interesses da vida privada, a busca do prazer e da luta pela
subsistência diária. A filosofia tende a se reduzir em fuga contra as misérias
da vida ensinando ao indivíduo a viver razoavelmente bem apesar das
circunstancias externas.
1.
Epicuro: A felicidade como prazer passivo e “inteligente”
Epicuro nasceu no ano 341 a.C. De um ponto de vista genérico é atomista e
materialista. Nega qualquer tipo de existência depois da morte. Destaca-se
porque sua filosofia se propõe, sobretudo, em ensinar aos homens o caminho para
felicidade.
Elaborou seu pensamento na pergunta a respeito da vida humana considerada
como um todo e sua resposta é hedonista; “o prazer é o princípio e o fim da
vida feliz”, a motivação e a norma última da vida do sábio.
Sua receita para ser feliz é libertar-se das opiniões falsas (especialmente a
respeito dos deuses e da morte) e das complicações não necessárias, ajustar
princípios e desejos ao que basta para viver tranquilamente, respeitar a
justiça para evitar conflitos, gozar da amizade leal e abster-se da vida
política.
A ataraxia ou imperturbabilidade assim obtida é a verdadeira felicidade, porque
o bem completo auto-suficiente buscado por si mesmo, por ela se deve fazer tudo
e ela nunca se busca em vista de outra coisa.
Cabe algumas críticas a ética epicurista:o que faria um sábio epicurista quando sua vida se complicar interior o exteriormente por causa da prática da virtude, da amizade, da justiça? poderia a virtude ir além de um egoísmo reflexivo e e inteligente?
É, portanto, criticável a intenção de Epicuro de determinar filosoficamente o
sumo bem em busca de prazer e em uma perspectiva egoísta fechada a qualquer
forma de transcendência.
Para garantir a ataraxia o homem teria que sacrificar sua característica
fundamental de transcendência.
2. O hedonismo moderno
Existem também na filosofia moderna concepções éticas hedonistas. Estas
diferenciam-se fundamentalmente do epicurismo por não aderirem, por motivos
diversos, a um estilo sapiencial sobre o bem global da vida humana e sim como
explicações científicas do agir humano ou se se preferir, como teorias
científicas de motivação. Nos capítulos anteriores já discorremos o suficiente
para a continuidade do nosso curso.