I. 3. A ética como filosofia prática




1. O alcance prático e normativo da Ética

     Dizer que a Ética visa dirigir a conduta humana na direção de seu fim ultimo ou bem perfeito da pessoa explicita o quanto a ética é filosofia prática e não meramente especulativa.
      A ética tem, portanto, um saber que direcionado a um objeto prático.
    É um saber prático não apenas porque estuda a conduta humana, pois isso também fazem outras disciplinas, como a psicologia ou sociologia, e sim porque estuda também o saber que direciona a conduta (INTENÇÂO). Isso faz da ética um saber moral e não apenas um saber sobre a moral.
      Devemos ainda dizer que a ética é um saber normativo.
    Existem outras formas de conhecimento como a medicina, o direito e outros que também estabelecem critérios de conduta, são também conhecimentos práticos, mas o são de um modo distinto à ética.
    As regras médicas por exemplo tem uma obrigatoriedade condicionada: são obrigatórias na medida em que visam um fim especifico em cada caso, por exemplo conservar a saúde, mas qualificar esses motivos é objeto da ética e não da medicina. Por exemplo, a medicina explica que submeter-se a uma alta temperatura é um mal a saúde, mas um bombeiro pode fazê-lo por força de sua profissão visando salvar uma vida e isso é uma escolha livre que não é objeto de estudo da medicina e sim da ética.
    Os juízos e normas éticas possuem, em geral, um valor absoluto incondicionado e que está na raiz do valor das demais ciências práticas.

2. As objeções contra o caráter prático da Ética

    Estamos, portanto, percebendo que o valor normativo da ética depende do valor normativo do fim ultimo (telos) que constitui seu ponto de referência fundamental.
    Sabemos, no entanto, que existem alguns filósofos que negam (Nietzche, niilistas) a existência ou a possibilidade de se conhecer (Kant, agnósticos) a natureza de um bem absoluto ou global da vida humana. Pelo mesmo motivo os mesmo não admitem a ética como um saber normativo: São teorias geralmente formuladas a partir do positivismo e do empirismo.

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