Edith Stein - As Estruturas da Pessoa Humana - Parte IV
>> quinta-feira, 15 de maio de 2014 –
Filo Contemporânea
Edith
Stein, no capítulo quarto de sua obra As
Estruturas da Pessoa Humana, segue à risca a metafísica
aritotélico-tomista, tratando de explicá-la em modo profundo através do seu
método fenomenológico. No que segue, parte da análise do movimento do animal e
o caráter da sensibilidade que garante o seu “ser interior”, para em seguida
tratar da relação entre alma e corpo.
Segundo a santa católica uma das caraterísticas fundamentais que
difenciam o ser humano dos outros animais é justamente a modalidade de relação
que este pode estabelecer com os outros seres humanos e com o mundo, o que
garante lhe uma dignidade única e fundamental.
Através de uma escala ascencional que vai dos vegetais, animais até
chegar ao ser humano, a análise da interiodade caraceterística destes últimos
aparece como mais uma garantia da sua individualidae regulada pela razão e pela
intencionalidade, pois possui um telos
próprio que nenhum outro ser mundano apresenta.
A autora segue então para análise da
estrutura da alma, vida psíquica e suas potências. Os animais se diferem do ser
humano quanto a capacidade sensível que são vindas exclusivamente do ambiente
externo, ao passo que o ser humano possui também a capacidade de estabelecer
relaçoes de senbilidade a partir de si mesmo, que podem ser geradas a partir de
impressões vindas do externo. Seguindo a metafísica tomista indica modalidades
destas sensações, classificadas sobre categorias fundamentais polares de prazer e desprazer, o que para o doutor angélico é o appetitus, que diferentemente dos animais podem influenciar as
ações do ser humano, mas não a determinam em absoluto, uma vez que são regulads
também pela razão.
Apresenta ainda uma crítica bem
fundamentada das ciências psicológicas de seu tempo que buscam considerar os
fenômenos psíquicos considerando apenas a experiência, pois o ser humano está
para além de um mero corpo vivente, antes, o corpo somente é vivente se
informado por uma alma que não somente o determina como também coordenada todo
o seu organismo vivo em todas as suas partes sem perder jamais sua unidae
substancial.
É evidente que falar da alma não é
uma coisa fácil, sobretudo quando se parte de conceitos muito abstratos como
forma substancial, ato, potência, o que chama atenção ao leitor em Edith Stein
é justamente a simplicidade que consegue conduzir seu leitor a pensar a alma
através de um método ascensional baseado na fenomenologia facilmente
observável. Recorda-se ainda que esta obra são apontamentos de um curso que deu
aos seus estudantes que somente depois se torna um livro, o que impressiona
ainda mais, dada sua liberdade e desenvoltura com que desenvolve seu
raciocínio.
Em Ato e Pessoa, Karol Wojtyla,
parece seguir um método muito similar ao de Edith Stein, buscando aplicar a
fenomenologia à metafísica aristotélico-tomista numa tentativa realmente
profunda e sincera de estabelecer um diálogo com a cultura e filosofia
contemporânea a respeito da dignidade da pessoa humana.