Edith Stein - As Estruturas da Pessoa Humana - Parte IV

Edith Stein, no capítulo quarto de sua obra As Estruturas da Pessoa Humana, segue à risca a metafísica aritotélico-tomista, tratando de explicá-la em modo profundo através do seu método fenomenológico. No que segue, parte da análise do movimento do animal e o caráter da sensibilidade que garante o seu “ser interior”, para em seguida tratar da relação entre alma e corpo.  Segundo a santa católica uma das caraterísticas fundamentais que difenciam o ser humano dos outros animais é justamente a modalidade de relação que este pode estabelecer com os outros seres humanos e com o mundo, o que garante lhe uma dignidade única e fundamental.  Através de uma escala ascencional que vai dos vegetais, animais até chegar ao ser humano, a análise da interiodade caraceterística destes últimos aparece como mais uma garantia da sua individualidae regulada pela razão e pela intencionalidade, pois possui um telos próprio que nenhum outro ser mundano apresenta.
            A autora segue então para análise da estrutura da alma, vida psíquica e suas potências. Os animais se diferem do ser humano quanto a capacidade sensível que são vindas exclusivamente do ambiente externo, ao passo que o ser humano possui também a capacidade de estabelecer relaçoes de senbilidade a partir de si mesmo, que podem ser geradas a partir de impressões vindas do externo. Seguindo a metafísica tomista indica modalidades destas sensações, classificadas sobre categorias fundamentais polares de prazer e desprazer, o que para o doutor angélico é o appetitus, que diferentemente dos animais podem influenciar as ações do ser humano, mas não a determinam em absoluto, uma vez que são regulads também pela razão. 
            Apresenta ainda uma crítica bem fundamentada das ciências psicológicas de seu tempo que buscam considerar os fenômenos psíquicos considerando apenas a experiência, pois o ser humano está para além de um mero corpo vivente, antes, o corpo somente é vivente se informado por uma alma que não somente o determina como também coordenada todo o seu organismo vivo em todas as suas partes sem perder jamais sua unidae substancial.
            É evidente que falar da alma não é uma coisa fácil, sobretudo quando se parte de conceitos muito abstratos como forma substancial, ato, potência, o que chama atenção ao leitor em Edith Stein é justamente a simplicidade que consegue conduzir seu leitor a pensar a alma através de um método ascensional baseado na fenomenologia facilmente observável. Recorda-se ainda que esta obra são apontamentos de um curso que deu aos seus estudantes que somente depois se torna um livro, o que impressiona ainda mais, dada sua liberdade e desenvoltura com que desenvolve seu raciocínio.
            Em Ato e Pessoa, Karol Wojtyla, parece seguir um método muito similar ao de Edith Stein, buscando aplicar a fenomenologia à metafísica aristotélico-tomista numa tentativa realmente profunda e sincera de estabelecer um diálogo com a cultura e filosofia contemporânea a respeito da dignidade da pessoa humana.

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